Novo Nissan Leaf: tudo sobre o "automóvel eléctrico 2.0"
Autonomia em condições de utilização normal que ultrapassasse os 300 km, divertido de guiar e com um "design" que agradasse a mais gente. Estas eram as três condições na base da concepção da segunda geração do Nissan Leaf e que a marca apresentou ao Mundo esta madrugada em Portugal, em acções simultâneas em Tóquio e Las Vegas. "É o automóvel eléctrico 2.0", anuncia, com visível ambição, a marca nipónica, aspiração baseada no título de modelo "emissões zero" mais vendido, com 283 mil unidades desde o seu lançamento, em 2010.
Teve também o condão de conseguir um bom coeficiente aerodinâmico que, sendo igual ao da geração anterior (0,28), respeita a um carro que cresceu em comprimento e largura: mais 3 cm (4,48 m) e 2 cm (1,79 m), respectivamente. Ajudou- o ser 1 cm mais baixo (1,54 m) e ter a parte de baixo carenada e com canais que dirigem o ar. Onde o novo Leaf também cresceu de forma significativa foi na bagageira, agora com 435 litros, em vez dos 370 litros da geração que virá substituir!
Também por dentro há inúmeras alterações, com a Nissan a reivindicar uma sensação mais "premium", embora o tenha equipado com alguns elementos originários do Micra, como o volante e algumas linhas do painel de instrumentos que continua a ser digital. No centro do "tablier" está um ecrã táctil de 7’’ onde se podem comandar inúmeras funções, além de poder espelhar os "smartphones" com as aplicações Apple CarPlay e Android Auto. O que continua igual é o comando da caixa, com aquela muito característica bola com iluminação azulada.
Esta evolução resultou em duas coisas: maior autonomia; mecânica mais potente e um Leaf muito mais mexido! No campo da autonomia, a Nissan anuncia 378 km segundo o (sempre optimista) ciclo europeu NEDC, o que significa que conseguirá passar o objectivo dos 300 km numa condução normal, embora com os cuidados exigidos a um veículo eléctrico. Em relação à mecânica, o seu motor passou de 109 para… 150 cv e um binário de 320 Nm, sendo agora estimada uma aceleração até aos 100 km/h na casa dos 8 s, em vez dos 11,5 s da primeira geração! A velocidade máxima estará limitada aos 144 km/h.
Com o centro de gravidade muito baixo, por as baterias estarem no chão do carro, mais as revisões feitas às suspensões e à parte estrutural do carro (a marca nipónica diz que toda a parte posterior é 15% mais rígida), o comportamento dinâmico promete ser interessante. Até porque a Nissan conseguiu, apesar do aumento das dimensões do Leaf e de o ter carregado com mais tecnologia, manter o peso contido, pela utilização de alguns materiais leves e novas técnicas de soldadura.
Falta ainda apresentar as novas tecnologias com que o Nissan Leaf nos chega, algumas até já viradas para a condução autónoma. É o caso do ProPILOT que consegue comandar de forma autónoma o carro, entre os 30 e os 100 km/h, controlando a distância para o veículo da frente e virando o volante para o manter centrado na sua faixa. O sistema consegue mesmo parar o Leaf em caso de necessidade e um simples toque no acelerador reactiva a função ProPILOT. Que tem associada uma outra função, o ProPILOT Parking, que usa 12 sensores ultra-sónicos para guiar o Leaf até um lugar de estacionamento.
Em traços gerais, fica aqui tudo o que se sabe do Nissan Leaf que começará a ser vendido nos primeiros meses de 2018. Mais tarde, final de 2018 ou início de 2019, chegará uma outra versão, com uma bateria com capacidade ainda superior aos 40 kWh que terá uma autonomia bastante mais alargada e um motor mais potente.